3/09/2009

A prima do Anacleto

Competência: Desenvolver a compreensão global do texto de teatro.
Actividades: Desenvolvimento de estratégias específicas de pré-leitura; Compreensão do glossário do teatro e de tipos de fala; Leitura dialogada do texto "A prima do Anacleto"; Desenvolvimento de estratégias específicas de pós-leitura; Realização de um convite para assistir à peça de teatro; Auto-avaliação das actividades.

Os dois palhaços Emilinho e Anacleto divertem-se em todas as estações, mas, quando os dias começam a ficar mais risonhos, eles são os primeiros a dar por isso. Talvez seja a borboleta do Anacleto, que é uma espécie de antena muito sensível a certas ondas que andam no ar, a certos perfumes… Talvez seja o chapéu alto do Emilinho, que é uma espécie de caixa de rufo, aonde todos os sons, espalhados pelo ar, chegam com mais força e batem com mais alegria… Talvez seja de tudo isto ou de nada disto…o melhor será saber o que dizem.

Do lado de fora de um jardim para toda agente:
Anacleto – Tu não estás a ouvir as pessoas a chegar, Emilinho?
Emilinho – (de ouvidos à escuta) Sim, parece que sim…
Pelos passos parece uma pessoa.
Anacleto – (também de ouvido à escuta) Talvez seja! Talvez seja! E trata-se de uma pessoa muito especial; passinho à frente do outro, mais outro passinho à frente, ainda outro…
Emilinho – Aproxima-se…
Anacleto – Pois é. Vem para este lado e, pela maneira de andar, tenho quase a certeza de que são os passinhos da minha prima.
Emilinho – Afinal já descobriste se vem só ou acompanhada?
Anacleto – Se é a minha prima, vem acompanhada. Um passinho que dá, e rompe uma ervinha! Um sopro que só ela sabe, e nasce um passarinho no ar.
Emilinho – Não conheço a tua prima.
Anacleto – Conheces, sim. Toda agente a conhece. Muitas vezes não reparamos. Na cidade, principalmente, quase não damos por ela. Mas é preciso ouvir-lhe os passinhos e ver por onde ela andou.
Emilinho – Gostava muito de conhecer a tua prima.
Anacleto – Não custa nada. Nas bermas da rua, entre duas pedrinhas, uma erva põe-se em bicos de pé e diz: “Cá estou! Sou eu, olhem para mim”.
Numa árvore, de um tronco torcido, rompe uma hastezinha muito fininha, donde estala uma flor que se põe a gritar, toda, toda às cores: “Estou aqui! Olhem, não passem sem me ver… Nasci agora, agora mesmo.”
Emilinho – E a tua prima que tem a ver com isso?
Anacleto – Ela é que sabe! Ela é que sabe!
Emilinho – Como se chama a tua prima?
Anacleto – Vera! Chama-se Vera. Prima Vera, prima Vera. É a Primavera. Vem todos os anos, por esta altura. Se queres vê-la, anda daí. Vamos ter com ela ao jardim.


António Torrado e Maria Alberta Meneres,
Hoje há palhaços, Plátano Editora


1 - Compreensão global do texto

2 - Pequeno Glossário do Teatro

3 - Tipos de fala no texto de teatro

4 - Convite











5 - Auto-avaliação (assinala com um X):

1 comentários:

Anónimo disse...

Mais um dos teixtos que trás mais 6 fichas asseguir ,mas nós gostamos!

 
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